Plano de Estudos

Património e Desenvolvimento
Walter Rossa
Investigação em Patrimónios [IP1] 10 ECTS

Descrição:
Nos últimos anos a cultura, com destaque para o património, tornou-se um campo central de pensamento e ação para políticas de desenvolvimento sustentável. A diversidade e rapidez da atualização de conceitos e normas sobre o tema, essencialmente emanadas de organizações internacionais, exige um treino específico e atenção permanentes. O estudante deverá desenvolver competências nestes assuntos e demonstrar interesse no acompanhamento e na intervenção nesses processos, designadamente no que deve ser a sua capacidade de construir sistemas argumentativos de defesa e propostas de investigação aplicada.

Conteúdos:
– A construção do património cultural como área de saber e ação: do monumento à Paisagem Urbana Histórica.
– Desenvolvimento, colonialismo e pós-colonialismo.
– Organizações Internacionais: contextos de criação, missão e evolução.
– A convergência teórica e política das áreas interdisciplinares do património e do ambiente na construção do conceito de desenvolvimento sustentável.

Metodologias de ensino:
A unidade curricular visa potenciar a capacidade de auto-reflexividade e domínio dos instrumentos teóricos e recomendações práticas para a construção de projetos de investigação aplicada na área do património. Os conteúdos são os indicados para prosseguir esse objectivo.
Os métodos de ensino são os adequados a um seminário de doutoramento e baseiam-se, no essencial, no debate e reflexão coletivos sobre tópicos e textos relevantes propostos ao longo do semestre. Tarefas específicas (p.e.: apresentações orais; textos breves) irão sendo consignadas aos estudantes ao longo do semestre.

Bibliografia essencial:
– BANDARIN, Francesco; OERS, Ron von (2012), The historic urban landscape. Oxford: Wiley-Blackwell.
– HODGE Joseph (2015), Writing the History of Development: the first wave (part I). Humanity 6-3 (Winter 2015): 429-463.
– HODGE, Joseph (2016), Writing the History of Development: longer, deeper, wider (part. II), Humanity 7-1 (Spring 2016): 125-174.
– NJOH, Ambe J. (2006), ‪Tradition, culture and development in Africa: historical lessons for modern development planning‬. London: Ashgate.‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬
– ROSSA, Walter; RIBEIRO, Margarida Calafate (2015), Patrimónios de Influência Portuguesa: modos de olhar. Coimbra, Lisboa, Niterói: Imprensa da Universidade de Coimbra, Fundação Calouste Gulbenkian, editora da Universidade Federal Fluminense.
– ROSSA, Walter (2002-2013), Fomos condenados à cidade: uma década de estudos sobre património urbanístico. Coimbra: Imprensa da Universidade. 2015.
– UNGER, Corinna; FREY Marc; KUNKEL Sonke (eds.) (2014), International Organizations and Development (1945-1990). Basingstoke: Palgrave Macmillan.

Historiografia e Ideologias dos Patrimónios Portugueses Ultramarinos
Miguel Bandeira Jerónimo e Fernanda Bicalho
Investigação em Patrimónios [IP2] 10 ECTS

Descrição:
Com base numa organização temática e cronológica, esta unidade curricular tem como objetivo debater criticamente as diferentes interpretações historiográficas da formação do império colonial português no período moderno, e da sua reconstituição histórica e dinamismo desde a declaração de independência brasileira em 1822. Como consequência, o estudante ficará capaz de identificar e dominar os grandes debates e desenvolver conhecimento histórico fundamental sobre as várias configurações históricas e trajetórias dos projetos imperiais e coloniais portugueses, desde o período moderno até à sua desintegração.

Conteúdos:
– O Império ultramarino português e suas diferentes configurações na época moderna;
– centros e periferias: sistemas, rotas e redes;
– poderes locais e autoridades negociadas;
– imperialismos e colonialismos comparados;
– a geopolítica dos impérios;
– as “missões civilizadoras” e as políticas da diferença nos impérios coloniais;
– genealogias imperiais do desenvolvimento;
– descolonizações e legados pós-coloniais.

Metodologias de ensino:
Aulas teórico-práticas com entrega de materiais de apoio em cada sessão; trabalho de pesquisa; análise e discussão de textos de reflexão teórica e de estudos de caso. O ensaio final resultante do trabalho de pesquisa e a participação em aula, designadamente na análise e discussão dos textos e estudos de casos, constituem as bases para avaliação.

Bibliografia essencial:
– ALEXANDRE, V.; DIAS, J. (orgs.) (1998), O Império Africano. 1825-1890, vol.
– BETHENCOURT, F.; CHAUDHURI, K. (orgs.) (1998), História da Expansão Portuguesa. Lisboa: Círculo de Leitores, 5 volumes.
– BETHENCOURT, F.; CURTO. D. R. (2010), A Expansão Marítima Portuguesa, 1400-1800. Lisboa: Edições 70.
– FRAGOSO, J.; BICALHO, M. F.; GOUVÊA, M.F. S. (orgs.) (2001), O Antigo Regime nos Trópicos. A Dinâmica Imperial Portuguesa (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
– JERÓNIMO, M. B. (org.) (2012), O Império Colonial em Questão: Poderes, saberes, instituições. Lisboa: Edições 70, Colecção História&Sociedade.
– JERÓNIMO, M. B.; PINTO, A. C. (orgs.) (2014), Portugal e o fim do Colonialismo. Dinâmicas internacionais. Lisboa: Edições 70.
– MARQUES, A. H. de O.; SERRÃO, J. (orgs.) Nova História da Expansão Portuguesa. Lisboa: Estampa.
– THOMAZ, L. F. (1994), De Ceuta a Timor. Lisboa: Difel.

Patrimónios da Palavra: Narrativas, Discursos e Literatura em Língua Portuguesa
Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchi
Investigação em Patrimónios [IP3] 10 ECTS

Descrição:
Em 1539, João de Barros, o cronista da fundação do império português, escrevia como justificação da sua Gramática que as armas e os padrões que Portugal disseminou por todos os continentes eram coisas materiais que o tempo trataria, mas que a língua portuguesa ficaria como testemunho do encontro. Este seminário visa analisar várias fontes escritas em língua portuguesa relativas aos espaços que Portugal tocou e os processos de reescrita e emancipação pelos discursos e literaturas dos diversos países que fizeram parte do império português e que usaram a língua portuguesa como instrumento de emancipação e de pronunciamento de identidades diversas.

Conteúdos:
– Analisar os processos e os espaços de penetração, colonização e pós-colonialismo nos espaços de presença portuguesa ou de língua portuguesa;
– analisar espaços culturais urbanos como espaços híbridos de gestação e de construção histórica, política e cultural;
– produzir conhecimento especializado sobre os patrimónios linguísticos, artísticos e literários de influência portuguesa.

Metodologias de ensino:
As aulas seguem o formato de seminário de pós-graduação, com exposições, apresentações e debates de reflexão coletivos sobre tópicos e textos relevantes definidos no início do semestre. Para se atingirem os objetivos será elaborado um trabalho individual, com acompanhamento individualizado, e versando a matéria abordada no seminário. Este trabalho é apresentado oralmente em seminário e debatido. Uma versão final deverá ser entregue por escrito no final do semestre.

Bibliografia essencial:
– BETHENCOURT, F., CHAUDHURI, K. (org.) (1998-2000), História da Expansão Portuguesa. Lisboa: C. Leitores.
– CADORNEGA, A. O. (1972), História geral das guerras angolanas. Lisboa: AGU.
– CAMINHA, P. V. (2000), Carta do Achamento do Brasil. Lisboa: F. Gulbenkian.
– CAMÕES, L. de (1992), Os Lusíadas. Lisboa: I. Camões.
– COELHO, J. P. B. (2001), Crónica da Rua 513.2. Lisboa: Caminho.
– LIMA, C. (2004), O Útero da Casa. Lisboa: Caminho.
– LOURENÇO, E. (1999), A Nau de Ícaro seguido de Imagem e Miragem da Lusofonia. Lisboa: Gradiva.
– MACEDO, H. (1992), “Recognizing the Unknown: The discoveries and the discovered in the age of European overseas expansion”, Camões Quartely Center, vol.4, n. 1-2, Summer.
– ONDJAKI (2000), Bom dia camaradas. Luanda: Chá de Caxinde.
– PEPETELA (1995), O Desejo de Kianda. Lisboa: D. Quixote.
– SEMEDO, O. (1996), Entre o Ser e o Amar, Guiné-Bissau: INEP.
– SOUSA, N. (1999), Sangue Negro, Maputo: AEM.
– TENREIRO, F. J. (1982), Coração em África, Editor África.
– VIEIRA, J. L. (1988), Luuanda, Lisboa: E. 70.

Teorias e Metodologias de Investigação: Projeto de Tese
António Sousa Ribeiro e Miguel Bandeira Jerónimo
Investigação em Patrimónios [IP4] 10 ECTS

Descrição:
Os objetivos da disciplina traduzem-se na aquisição de competências teóricas e metodológicas no âmbito das ciências sociais e nas humanidades. Visa-se, por um lado, o aprofundamento e contextualização de conceitos-chave; por outro lado, pretende-se a familiarização com as metodologias de investigação relevantes para a temática do programa de doutoramento. No final do seminário, os alunos deverão ter concluído o seu projeto de tese.

Conteúdos:
Este seminário tem por objetivo proporcionar um contacto aprofundado com perspetivas teóricas e metodológicas relevantes para as várias áreas de investigação abrangidas pelo programa de doutoramento. Dar-se-á particular realce a uma reflexão sobre teorias da cultura, partindo de conceitos como: linguagem, identidade, nação, património, globalização, interculturalidade, diáspora, hibridação, memória, tradução, pós-colonialismo, entre outros.
Ao mesmo tempo, responder-se-á à necessidade de orientação relativamente a aspetos de natureza prática ligados às metodologias de investigação nas ciências sociais e nas humanidades e à construção do projeto de dissertação.

Metodologias de ensino:
Os métodos de ensino são os adequados a um seminário de doutoramento e baseiam-se, no essencial, no debate e reflexão coletivos sobre tópicos e textos relevantes definidos no início do semestre. Tarefas específicas (p.ex.: apresentações orais; textos breves) irão sendo consignadas aos estudantes ao longo do semestre.
No final do seminário os alunos deverão ter concluído o seu projeto de tese, incluindo a respetiva definição temática, a abordagem ao potencial orientador ou orientadores, a definição de cotutelas e do plano de mobilidade dentro da rede de universidades que colaboram com o programa ao abrigo do protocolo celebrado para o efeito que será defendido perante um júri nomeado para o efeito.
O projeto de tese deverá ser entregue até o último dia do mês de janeiro do respetivo segundo semestre e deverá obedecer às seguintes regras: A4 com 3cm nas margens, espaço duplo, TimesNewRoman, Bookman ou Garamond 12. Na capa deverá constar apenas o seguinte: Universidade de Coimbra, Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra, nome do programa, título do projeto, autor, orientador(es) e data de apresentação e ter um máximo de 75 mil caracteres (com espaços, incluindo todas as notas, referências bibliográficas e o plano de mobilidade). Vejam-se os pontos 9-19 das Normas (a leitura deste texto não dispensa a consulta das Normas).

Bibliografia essencial:
– ALCINA FRANCH, J. (1994), Aprender a investigar: métodos de trabajo para la redacción de tesis doctorales (humanidades y ciencias sociales). Madrid: Compañia Literaria.
– ARÓSTEGUI, J. (2001), La investigación histórica: teoría y método. Barcelona: Crítica.
– ASHWORTH, G. J. et al. (2007), Pluralising pasts: heritage, identity and place in multicultural societies. London; Ann Arbor, MI: Pluto Press.
– BENNETT, T. et al. (orgs.) (2005), New keywords: a revised vocabulary of culture and society. Malden: Blackwell.
– BHABHA, H. K. (1994), The location of culture. London and New York: Routledge
– EAGLETON, T. (2000), The Idea of Culture. London: Blackwell.
– ECO, U. (1998), Como se faz uma tese em ciências humanas (7ª ed.). Lisboa: Editorial Presença.
– ERLL, A.; NUNNING, Ansgar (orgs.) (2008), Cultural Memory Studies. An International and Interdisciplinary Handbook. Berlin: de Gruyter.
– GRAHAM, B. J.; HOWARD, P. (orgs.) (2008), The Ashgate Research Companion to Heritage and Identity. Burlington: Ashgate.

Optativa 1
– Investigação em Estudos Culturais [EC] ou Arquitetura e Urbanismo [AU] – [IP5]

Optativa 2
– Investigação em Estudos Culturais [EC] ou Arquitetura e Urbanismo [AU] – [IP6]

Unidades opcionais disponíveis para o 2º semestre
– Patrimónios e processos de patrimonialização [AU];
– Antecedentes da Cultura Espacial Portuguesa no Mundo [AU];
– Do Colonial ao Pós-Colonial: Processos e Legados [EC];
– Estados Culturais, Mobilidade e Património: Abordagens e PErspectivas Críticas [EC]

O objetivo final deste ano que decorre em regime tutorial, ou seja, em trabalho desenvolvido entre o aluno e os seus orientadores, é a apresentação, discussão e aprovação do Relatório de Qualificação (30 ECTS, 2º ano, 2º semestre), documento detalhado do estado de desenvolvimento da tese com o estado da arte, objetivos, metodologia e cronograma com descrição sumária das tarefas e fases a cumprir, e pelo menos um capítulo completo da dissertação. Esta prova será realizada na UC e destina-se a demonstrar a viabilidade da conclusão do projeto nos dois anos do curso que se lhe seguem. Essa aprovação será produzida, após discussão com o aluno, por um júri constituído para o efeito.

 Os 30 ECTS do 1º semestre do 2º ano poderão ser realizados através de três formas:
– frequência de unidades curriculares optativas, a definir, oferecidas para o efeito;
– frequência de unidades curriculares noutros cursos e/ou universidades do consórcio;
– realização de atividades de acordo com a tabela que  consta do Anexo  Único do Regulamento que  abaixo se reproduz.

Nota: o plano para a realização das optativas do 1º semestre do 2º ano é aprovado com o Projeto de Tese no final do 1º ano.

Regra para a escolha das optativas em função do ramo de especialidade
Os alunos que pretendam especializar-se em Arquitetura e Urbanismo deverão ver aprovados, até ao final do 2º ano, 30 ECTS deste ramo e 20 ECTS do ramo de investigação em Estudos Culturais; os que pretenderem especializar-se em Estudos Culturais deverão ver aprovados, até ao final do 2º ano, 30 ECTS deste ramo e 20 ECTS do ramo de investigação em Arquitetura e Urbanismo, pelo que deverá programar as suas escolhas de optativas em função deste requisito.
Independentemente do título conferido pela outra universidade do eventual acordo de cotutela, o DPIP conduz à titulação pela UC como Doutor em Patrimónios de Influência Portuguesa na especialidade de Arquitetura e Urbanismo ou de Estudos Culturais.

Também o reconhecimento da realização de atividades será feito numa das unidades curriculares optativas, Seminário de Atividades de Investigação, carecendo assim de inscrição prévia. Com isso, pretende-se claramente incentivar a mobilidade e a realização de ações extracurriculares diretamente relacionadas com as dissertações em desenvolvimento pelos doutorandos.

Unidades opcionais disponíveis para o 2º ano, 1º semestre:
– Seminário de Atividades de Investigação I [AU];
– Seminário de Atividades de Investigação I [EC];
– Seminário de Atividades de Investigação II [AU];
– Seminário de Atividades de Investigação II [EC];
– Seminário de Atividades de Investigação III [AU];
– Seminário de Atividades de Investigação III [EC];
– outras a definir.

Realização de atividades no 2º ano, 1º semestre:
– Comunicação em congresso ou seminário (2,5 ECTS)
– Artigo ou capítulo de livro aceite em publicação com arbitragem (5,0 a 7,5)
– Artigo ou capítulo de livro aceite em publicação sem arbitragem (2,5 ECTS)
– Publicação de livro (5,0 a 10,0 ECTS)
– Participação em projeto de investigação ao longo de um semestre com relatório (2,5 a 5,0 ECTS)
– Viagem de estudo com relatório (2,5 ECTS)
– Investigação em arquivo com relatório (2,5 a 5,0 ECTS)
– Frequência de seminário temático com relatório (2,5 a 7,5 ECTS)
– Participação em workshop com relatório (2,5 ECTS)
– Estágio como monitor de uma unidade curricular do ensino superior com relatório (5,0 ECTS)

Está ainda prevista a organização de oficinas (vulgo workshops) cujas temáticas também permitirão a creditação numa optativa Seminário de Atividades de Investigação de uma das áreas científicas. Tal como na oferta de optativas para o 3º semestre, a definição dos temas e docentes dependerá do perfil e temas dos alunos que venham a integrar a edição.

Tese
Walter Rossa
Investigação em Arquitetura e Urbanismo [AU] 120 ECTS
Miguel Bandeira Jerónimo
Investigação em Estudos Culturais [EC] 120 ECTS

Descrição:
Os docentes responsáveis são os orientadores da tese, escolhidos de acordo com o tema e a área de especialização. O orientador principal deve pertencer às universidades da Rede que conferem cotitulação. Entre o estudante e o orientador são combinadas sessões regulares de orientação. Pode haver um coorientador.

Metodologias de ensino:
Reuniões periódicas com o orientador. A avaliação será produzida com a discussão final da tese. O objetivo será a produção da dissertação, que será discutida em provas públicas segundo a legislação e regulamentação em vigor numa das universidades que a cotitulam, e em função do acordo de cotutela previamente estabelecido.

Regra para a escolha das optativas em função do ramo de especialidade:
Independentemente do título conferido pela outra universidade do eventual acordo de cotutela, o DPIP conduz à titulação pela UC como Doutor em Patrimónios de Influência Portuguesa na especialidade de Arquitetura e Urbanismo ou de Estudos Culturais. O aluno tem de realizar os 50 créditos das optativas somando 30 na área científica correspondente ao seu ramo e 20 na outra, pelo que deverá programar as suas escolhas de optativas em função deste requisito.

Atlânticos Sul
Margarida Calafate Ribeiro
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
Os principais objetivos desta unidade curricular são:
– analisar as dinâmicas de viagem, colonização, Império, resistência e libertação no espaço do Atlântico Sul e das culturas de língua portuguesa nele geradas, a partir dos trânsito havidos;
– definir o espaço de trânsito como um espaço híbrido de gestação e de construção histórica, política e cultural;
– analisar os processos e os espaços de pós-colonialismo no Atlântico Sul de língua portuguesa.

Conteúdos:
– Fundação do espaço atlântico sul;
– consolidação do espaço atlântico – fluxos e refluxos humanos e culturais;
– a desagregação do império luso-brasileiro e a reconfiguração do espaço atlântico.
– lusotropicalismos do Atlântico Sul;
– guerras Coloniais, Revolução e descolonização;
– Atlânticos do Sul hoje: pós-colonialismos e lusofonia.

Metodologias de ensino:
Cada sessão temática será dividida em dois momentos: o primeiro consistirá na apresentação dos principais temas e contribuições analíticas por parte do docente, com base na bibliografia indicada, complementada por outros materiais de apoio; o segundo basear-se-á num debate crítico coletivo das obras escolhidas pela apresentação de textos complementares por parte dos discentes, centrados em temas específicos identificados. Apresentados oralmente e por escrito, estes trabalhos serão utilizados para a avaliação. O momento final de avaliação será a feitura de um trabalho escrito sobre um dos temas do curso.

Bibliografia essencial:
– AGUALUSA, J.E. (1997), Nação Crioula, Lisboa: Dom Quixote.
– ALBUQUERQUE, L. (1991), O Confronto do Olhar. Lisboa: Caminho.
– ALENCASTRO, L.F. (2000), O Trato dos Viventes. S. Paulo: C. Letras.
– ALMEIDA, M.V. (2000), Um Mar da Cor da Terra. Oeiras: Celta.
– BETHENCOURT, F. e CHAUDHURI, K. (eds) (1998-2000), História da Expansão Portuguesa. Lisboa: C. de Leitores.
– CADORNEGA, A.O. (1972), História Geral das Guerras Angolanas: 1680. Lisboa: AGU.
– FERRONHA, A.L. (org.) (1992), As Cartas do Rei do Congo. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.
– FREYRE, G. (2003), Casa-Grande e Senzala. Lisboa: Lv do Brasil
– GÂNDAVO, P. M. (2004), História da Província de Santa Cruz. Lisboa: AA
– HENRIQUES, I. C. (2004), Os Pilares da Diferença. Lisboa: Caleidoscópio
– HOLANDA, S. B. (2000), Raízes do Brasil. Lisboa: Gradiva
– LOURENÇO, E. (2005), A Morte de Colombo. Lisboa: Gradiva
– M’BOKOLO, E. (2003), África Negra. Lisboa: Vulgata
– NARO, N.P. (eds.) (2007), Cultures of the Lusophone Black Atlantic. New York: Palgrave
– PEPETELA (1997), A Gloriosa Família. Lisboa: D. Quixote
– SANTIAGO, S. (2004), O Cosmopolitismo do Pobre. Belo Horizonte: UFMG

Cinema, Media e Cidade nos Países Africanos de Língua Portuguesa
Mirian Tavares
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
Neste seminário iremos discorrer sobre a questão da imagem na contemporaneidade e das propostas que fundamentam o regime visual num mundo simultaneamente próximo e distante que é o universo dos países de língua portuguesa. O que ficou da herança europeizante na produção artística, e na produção de sentidos, na contemporaneidade destes países? Há uma questão que é fulcral para a produção visual nos tempos que correm e que diz respeito a um sentimento de pertença: se eu não sou eu nem sou o outro, quem sou eu afinal? O que me liga aos outros? O que me distingue? O que me faz ser eu? Entre a lusofonia e a lusofobia, como podemos classificar e entender a visualidade nos contextos pós-coloniais?

Competências genéricas:
– em análise e síntese;
– em gestão da informação;
– em trabalho em equipas interdisciplinares;
– em trabalho num contexto internacional;
– conhecimento de outras culturas e costumes.

Conteúdos:
– A Obra de Arte na era da reprodução técnica;
– a arte e cultura de massas;
– migrações da Arte, reconfiguração da estética;
– a questão da identidade na arte e cultura contemporânea;
– o discurso da(s) Imagem(ns).

Metodologias de ensino:
Aulas teórico-práticas, trabalho de pesquisa, análise e discussão de textos de referência teórica. Visionamento de imagens fixas e em movimento será uma das vertentes do programa, a análise dessas imagens assim como a interpretação de textos escritos servirão de base à discussão mais lata sobre as imagens na contemporaneidade.

– Trabalho de síntese 20%
– Trabalho de investigação 60%
– Fichas de leitura 20%

Bibliografia essencial:
– ANDREW, D. (ed.) (1997), The Image in Dispute. Austin: University of Texas Press.
– ARGULLOL, R. (2007), El Fin del mundo como obra de arte. Barcelona: Acantillado.
– BAUMAN, Z. (1998), O Mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
– BELTING, H.. (2007), “La transparencia del medio: la imagen fotográfica”. in Antropologia de la Imagen. Buenos Aires: Katz.
– CHARNEY, L. e SCHWARTZ, V. R. (2001), O cinema e a Invenção da Vida Moderna. São Paulo: Cosac & Naify.
– DIDI-HUBERMAN, G. (2009), Quand les Images prennent position. Paris: Les Édition de Minuit.
– MACHADO, A. (1997), Pré-cinemas & pós-cinemas. Campinas: Papirus.
– MIRZOEFF, N. (2013), The Visual Cultural Reader. New York: Routledge.
– OLALQUIAGA, C. (1998), Megalópolis – sensibilidades culturais contemporâneas. São Paulo: Studio Nobel.
– PINNEY, C.; PETERSON, N. (2003), Photography’s other histories. Durnham: Duke University Press.

Do Colonial ao Pós-colonial: Processos e Legados
Miguel Bandeira Jerónimo e Hugo Gonçalves Dores
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
Esta unidade curricular centra-se na problematização historiográfica e na investigação empírica das continuidades e descontinuidades de processos históricos relacionados com os imperialismos e os colonialismos modernos, questionando criticamente os seus legados e as suas influências. O programa encontra-se organizado de modo temático, procurando oferecer uma abordagem multifacetada dos processos e legados históricos do imperialismo e do colonialismo, tendo o caso português como principal foco de interesse, sem deixar de convocar análises comparativas. O estudante deverá ser capaz de problematizar e questionar as múltiplas dimensões dos processos e legados coloniais e pós-coloniais, compreendendo a sua co-constituição enquanto fenómeno histórico.

Conteúdos:
– Do colonial ao pós-colonial: processos e legados. Temas e problemas
– As políticas da educação
– Os programas de desenvolvimento
– O problema dos direitos humanos
– Migrações e diásporas
– As dinâmicas da religião
– As geometrias da memória e da pós-memória
– As “políticas da diferença”.

Os conteúdos programáticos escolhidos constituem algumas das mais importantes dimensões a partir das quais se pode pensar, de um modo crítico, a problemática historiográfica e a sustentação empírica das continuidades e descontinuidades entre os contextos coloniais e pós-coloniais.

Metodologias de ensino:
Aulas teórico-práticas com entrega de materiais de apoio em cada sessão; trabalho de pesquisa; análise e discussão de textos de reflexão teórica e de estudos de caso. Os métodos de ensino descritos acima, que promovem a participação constante do estudante na reflexão sobre os temas do curso, favorecem os objectivos de aprendizagem da unidade curricular. A relação dinâmica entre tópicos, materiais de trabalho e a metodologia de ensino – baseada na leitura crítica, debate colectivo, apresentações orais e escritas individuais – asseguram a consistência entre os métodos e os objectivos da unidade curricular, potenciando a transmissão e a assimilação do seu conteúdo.

Bibliografia essencial:
– BETHENCOURT, F.; CHAUDHURI, K. (orgs.) (1998), História da Expansão Portuguesa, 5 volumes. Lisboa: Círculo de Leitores.
– BUETTNER, Elizabeth (2016), Europe after Empire: Decolonization, Society, and Culture. Cambridge: Cambridge University Press.
– COOPER, Frederick (2016), Histórias de África. Capitalismo, modernidade e globalização. Lisboa: Edições 70.
– JERÓNIMO, M. B. (org.) (2012), O Império Colonial em Questão: Poderes, saberes, instituições. Lisboa: Edições 70.
– JERÓNIMO, Miguel Bandeira; MONTEIRO, José Pedro (eds.) (2015), Os Passados do Presente: Internacionalismo, imperialismo e a construção do mundo contemporâneo. Lisboa: Almedina.
– RIBEIRO, António Sousa; RIBEIRO, Margarida Calafate (eds.) (2016), Geometrias da memória: Configurações pós-coloniais. Porto: Afrontamento.
– ROSSA, Walter; RIBEIRO, Margarida Calafate (coords.) (2015), Patrimónios de Influência Portuguesa: modos de olhar. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.

Espaços de Influência Portuguesa: Dinâmicas e Legados
Sílvia Leiria Viegas
Investigação em Arquitetura e Urbanismo [AU] 10 ECTS

Descrição:
A unidade curricular tem como principal objectivo identificar processos de produção e autoprodução do espaço urbano e habitacional em diversos contextos de influência portuguesa. Visa-se, por um lado, analisar as estratégias, políticas, instrumentos (legais, planos, etc.) e práticas públicas e privadas que estão na origem da adopção e disseminação de determinados modelos morfotipológicos e arquitetónicos, e seus impactes sócio-espaciais e, por outro lado, reconhecer paradigmas de intervenção complementares ou alternativos mais inclusivos, baseados em visões locais, mais ou menos permeáveis. Partindo da revisão do estado da arte referente aos legados do colonialismo português nestas geografias, a disciplina aponta para novas leituras geopolíticas, regionais e locais que contribuam para uma melhor compreensão dos processos de produção do espaço, incluindo as diversidades e contradições explícitas ou latentes dentro dos, e/ou entre os, vários contextos e sua expressão material. Visa-se ainda apresentar os conceitos teórico-metodológicos estruturantes de Produção do Espaço e Direito à Cidade (Lefebvre, 2000; 2009).

Conteúdos:
Este seminário pretende a introdução à disciplina Espaços de Influência Portuguesa, incluindo a apresentação da ideologia perfilhada, explícita ou implícita na leitura dos processos e espaços produzidos. Apresentação de leituras político-económicas e sócio-espaciais que motivaram a adopção do conceito; (2) Introdução às noções complementares de Produção do Espaço e Direito à Cidade (Lefebvre, 2000; 2009). Visão crítica das suas interpretações no actual contexto global neoliberal; (3) Leitura geral da cultura sócio-espacial dominante veiculada por Portugal durante o período colonial e reacções descentralizadas e locais. Apresentação de casos de estudo (em Angola, Moçambique, Brasil, etc.) e reflexão em torno de visões polarizadas, etnocêntricas ou baseadas em perspectivas locais; (4) Apresentação do quadro geopolítico pós-colonial, com enfoque nos processos de produção de Espaços de Influência Portuguesa na actualidade. Análise de casos paradigmáticos de tabula rasa e renovação urbana (nos centros históricos), expansão urbana mercantilizável, reassentamento e/ou realojamento (nas áreas periféricas), enquanto resposta oficial à autoprodução do espaço em contexto de crescimento acelerado, e vice-versa.   

Metodologias de ensino:
Metodologicamente, a aprendizagem ocorre pelo cruzamento entre contexto teórico e empírico, sendo que os conceitos de Produção do Espaço e Direito à Cidade norteiam a análise dos casos de estudo com enfoque na actualidade. Esta análise parte da leitura do passado (sobre diferentes pontos de vista) para melhor compreensão do presente. Baseia-se na revisão bibliográfica, na descodificação de cartografia original (ortofotomapas, planos, fotografias, desenhos, etc.), na apresentação pontual de comunicações orais por especialistas convidados e no debate esclarecido com os alunos sobre os casos de estudo selecionados.
A adequação das metodologias apresentadas justifica-se, por um lado, pelo facto do enquadramento teórico se constituir simultaneamente enquanto objectivo e método. Neste âmbito, destacam-se os parâmetros de referência enunciados por Lefebvre (2000; 2009), produto e obra, sendo que o primeiro se refere ao acesso aos benefícios da urbanização (como habitação, infraestruturas, saúde, educação, emprego, lazer, etc.) e o segundo à festa, ou seja, à apropriação do poder ou do espaço e à participação individual e/ou colectiva na construção da plena cidadania. Por outro lado, a revisão bibliográfica, a análise da cartografia e o testemunho directo da experiência de outros pesquisadores especialistas em Espaços de Influência Portuguesa, contribui para um melhor entendimento dos processos de produção das cidades e sua expressão no espaço. Considera-se, na linha de Lefebvre (2000), que o espaço incorpora e espelha os processos de produção que o constituem. Contudo, a leitura, per se, desse espaço urbano produzido não permite uma plena compreensão dos processos que estão na origem da sua forma.   

Bibliografia essencial:
– LEFEBVRE, Henri (1974), La Production de L’espace. Paris: Anthropos, 485. 2000.
– LEFEBVRE, Henri (1968), Le Droit à la Ville. Paris: Económica – Anthropos, 135. 2009.
– MELO, Vanessa; VIEGAS, Sílvia (2014), “Habitação de Iniciativa Pública em Luanda e Maputo: Modelos de Intervenção e Impactes Sócio-Territoriais no Novo Milénio”, PÓS (21:36), Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 124-140.
– MELO, Vanessa (2016), “The Production of Urban Peripheries For and By Low-Income Populations at the Turn of the Millennium: Maputo, Luanda and Johannesburg”, Journal of Southern African Studies (42:4). Routledge, 619-641.
– OPPENHEIMER, Jochen; RAPOSO, Isabel (coord.) (2007), Subúrbios de Luanda e Maputo. Lisboa: Colibri, 330.
– VIEGAS, Sílvia (2015), Luanda, Cidade (im)Previsível? Governação e Transformação Urbana e Habitacional: Paradigmas de Intervenção e Resistências no Novo Milénio, dissertação de doutoramento apresentada à Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, 522.
– VIEGAS, Sílvia (2016), “Urbanisation and Peri-Urbanisation in Luanda: a Geopolitical and Socio-Spatial Perspective from the Late Colonial Period to the Present“, Journal of Southern African Studies (42:4). Routledge, 595-618.

Patrimónios e Processos de Patrimonialização
Paulo Peixoto e José Pessôa
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
A evolução da noção de património, a emergência de novas categorias patrimoniais, os variados usos sociais que legitimam políticas patrimoniais e a incessante multiplicação de bens classificados, faz sobressair o caráter disputado e conflituoso dos processos de patrimonialização. Estes, envolvendo atores em diferentes escalas territoriais, não deixam de estar inseridos em dinâmicas sociais mais vastas que fazem do campo patrimonial uma arena política onde se disputam hegemonias, ideologias e saberes disciplinares.

Objetivos:
– tomar conhecimento dos documentos fundadores da noção de património e da sua evolução;
– identificar processos emblemáticos de patrimonialização, assim como as causas do seus sucesso/insucesso;
– conhecer as instituições nacionais e internacionais, bem como o âmbito da sua atuação, que operam no campo patrimonial;
– desenvolver um espírito critico relativamente às operações de patrimonialização.

Conteúdos:
– Noção e evolução de património;
– cartas, Recomendações e Convenções internacionais sobre património;
– o conceito de restauro e projeto arquitetónico;
–  património urbano e paisagem cultural;
– a transformação dos processos de patrimonialização;
– gestão do património urbano;
– atores e agentes dos processos de patrimonialização;
– o património enquanto filosofia emancipadora e enquanto produto da indústria turística;
– os novos desafios do património.

Metodologias de ensino:
As aulas serão preponderantemente do tipo magistral, onde a transmissão de conhecimentos será feita de modo expositivo. Este ensino, marcadamente instrutivo será complementado com a fomentação de grupos de discussão, sendo sistematicamente incentivada a participação dos alunos quer através de questões suscitadas, quer através do esforço de complementação de informação, designadamente pelo recurso ao raciocínio crítico. Para se atingirem os objetivos será elaborado um trabalho versando a matéria abordada pela disciplina, em tema a escolher pelo aluno e com acompanhamento individualizado.

Bibliografia essencial:
– BABELON, JP; CHASTEL, A. (1994), La notion de patrimoine. Paris: Liana Levi.
– CHOAY, F. (2001), A Alegoria do Patrimônio. Unesp: São Paulo.
– CURY, I. (2000), Cartas Patrimoniais. Rio de Janeiro: IPHAN.
– FORTUNA, C.; PEIXOTO, P. (2005), “Politiques patrimoniales et réhabilitation urbaine au Portugal”. Pôle Sud, 22, 127-141.
– GIOVANNONI, G. (1998), L’urbanisme face aux villes anciennes. Paris: Éditions du Seuil.
– HOBSBAWM, E. (1984), A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
– JEUDY, H.(2001), La machinerie patrimoniale. Paris: Sens & Tonka.
– LEITE, R. P. (2004), Contra-usos da cidade. Lugares e espaço público na experiência urbana contemporânea. Editora Unicamp.
– LOWENTHAL, D. (1985), The Past is a Foreign Country. Cambridge University Press.
– POULOT, D. (2009), Uma história do patrimônio no Ocidente. Estação Liberdade.
– RÉMY, J.; e VOYÉ, L. (1994), A cidade : rumo a uma nova definição?. Porto: Afrontamento.
– VELHO, G. (2006), “Patrimônio, negociação e conflito”. Mana, 1 (XII), 237-248.

Estudos Culturais, Mobilidade e Património: Abordagens e Perspectivas Críticas
Giselle Venâncio e Sílvio Renato Jorge
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS  

Descrição: 
A unidade curricular visa ampliar a capacidade de auto-reflexividade e domínio dos instrumentos teóricos e recomendações práticas para a construção de projetos de investigação aplicados na área do património. Os conteúdos são os indicados para alcançar esse objectivo. Deste modo, pretende-se que o aluno seja capaz de compreender as diversas linhas teóricas de investigação que compõem a abordagem cultural da história, percebendo suas nuances, aproximações e oposições. Busca-se que, ao final do seminário, o aluno detenha os instrumentos teóricos que permitirão sua reflexão sobre o processo de definição da noção de patrimonialização, relacionando-a aos modos de classificação realizados pelos grupos que detém mais ampla hegemonia nas lutas de representação, no interior de uma dada sociedade.  
Conteúdos:  
A “virada cultural”: a História sob o domínio das interpretações textuais. Aborda a historiografia, principalmente a de origem norte-americana, que se organizou de modo a identificar “pontos de virada” nos quais, nos últimos anos, se destacaram os aspectos culturais. Proposta e crítica; 2. Por uma sócio-história dos objetos culturais. A história cultural na tradição francesa, representada pelos trabalhos de Roger Chartier. A história cultural como reflexão sobre as classificações e representações sociais; 3. “Disposição culta” e processos de patrimonialização no Brasil. Reflexão sobre a definição da noção de patrimonialização, relacionando-a aos modos de classificação realizados pelos grupos com mais ampla hegemonia nas lutas de representação, no interior de uma sociedade; 4. Mobilidade cultural: apropriações e patrimonialização da herança portuguesa. Análise de exemplos de patrimonialização da herança portuguesa distantes no tempo, no espaço e na sua forma de constituição.
 
Métodos de ensino:
Os métodos de ensino são os adequados a um seminário de doutoramento e baseiam-se, no essencial, no debate e  reflexão coletivos sobre tópicos e textos relevantes propostos ao longo do semestre. Tarefas específicas (p.e.: apresentações orais; textos breves) irão sendo consignadas aos estudantes ao longo do semestre.
Bibliografia essencial:
– Cook, James. “The Kids Are All Right: On the “Turning” of Cultural History.” The American Historical Review, 117. no. 3 (2012):  746-771;
– Matsubara, Hiroyuki. “The Cultural Turn” and the American History in the 21st Century. Nazan Review of American Studies,  Volume 38 (2016): 77-84; Wilder, Gary. From Optic to Topic: The -Foreclosure Effect of Historiographic Turns. The American Historical Review, vol. 117, n. 3, jun. 2012, pp. 723-745;
– William Scott. Cultural History, French style. Rethinking History, avril 2003, n. 31, p. 13-24;
– Chartier, Roger. Le monde comme representation, Annales ESC, nov-dec 1989, pp. 1505-1520;
– Bourdieu, Pierre e Darbel, Alain.O amor pela arte: os museus de arte na Europa e seu público. São Paulo: Edusp; Porto Alegre: Zouk, 2007, pp. 37-162;
– Zupanov, I. ‘The Wheel of torments”: mobility and redemption in Portuguese colonial India. In: Greenblatt, Stephen (dir.). Cultural Mobility, a Manifesto. Cambridge: Cambridge University Press, 2010, pp. 24 – 74.

Atividades académicas (30 ECTS livres)
O plano para realização dos 30 créditos curriculares livres do 2º ano do programa é aprovado com o Projeto de Tese no final do 1º ano. A realização destes 30 ECTS poderá conjugar a frequência até 3 unidades curriculares opcionais (sendo assim obtidos os créditos para elas estabelecidos pela universidade que as proporciona*), com a realização de atividades de acordo com a informação que se segue:
– Comunicação em congresso ou seminário (2,5 ECTS)
– Artigo ou capítulo de livro aceite em publicação com arbitragem (5,0 a 7,5)
– Artigo ou capítulo de livro aceite em publicação sem arbitragem (2,5 ECTS)
– Publicação de livro (5,0 a 10,0 ECTS)
– Participação continuada em projeto de investigação com relatório (2,5 ECTS)
– Viagem de estudo com relatório (2,5 ECTS)
– Investigação em arquivo com relatório (2,5 a 5,0 ECTS)
– Frequência de seminário temático com relatório (2,5 a 7,5 ECTS)
– Participação em workshop com relatório (2,5 ECTS)
– Estágio como monitor de uma unidade curricular do ensino superior com relatório (5,0 ECTS)

 

Antecedentes da Cultura Espacial e Construtiva Portuguesa no Mundo
Luisa Trindade
Investigação em Arquitetura e Urbanismo [AU] 10 ECTS 

Descrição:
A disciplina tem por objectivo a compreensão do universo urbanístico português — formal e vivencial — no período que antecedeu a Expansão, consubstanciado segundo processos de interculturalidade, invasão, colonização e mestiçagem de sinais centro-europeus e mediterrânicos, que ainda hoje são estruturais na sua identidade. A exposição e discussão desses processos visará informar e estimular uma leitura cruzada entre estes e aqueles que até hoje se lhes seguiram nos espaços e culturas onde a influência portuguesa se fez e faz sentir.
Pretende estimular e desenvolver o raciocínio crítico, a aquisição e produção autónoma de conhecimento, o trabalho em equipas interdisciplinares, bem como a capacidade de transmitir, de forma adequada, o conhecimento adquirido a um público especializado e geral.

Conteúdos:
– Tempos e espaço: formas, culturas e vivências urbanas
– A Hispânia Romana: os processos de romanização/urbanização
– A matriz clássica/mediterrânica
– A casa-pátio na estruturação do espaço doméstico.
– Legislação e espaço público
– A queda do Império romano e as invasões bárbaras
– Rupturas e/ou continuidades: os “mistérios” da cidade visigótica
– A islamização da Península e a cidade muçulmana: entre o mito e a realidade
– O direito maliki e as transformações decorrentes na relação entre os espaços público e privado
– A Reconquista Cristã e o corte civilizacional: a introdução da matriz centro-europeia e cristã
– A composição do reino e a criação de uma rede urbana
– A casa aberta sobre a rua: o lote estreito e profundo e o carácter fluido das vias
– A vivência do espaço público: usurpação versus legislação
– A praça como invenção medieval

Metodologias de ensino e avaliação:
A compreensão do universo urbanístico português nas suas formas e vivências no período que antecedeu a Expansão, tendo em conta justamente o dinamismo intercultural decorrente dos inúmeros processos de invasão, colonização e mestiçagem, é conseguida através de uma reflexão crítica sobre a Hispânia Romana, visigótica e islâmica, vertida num “labirinto de heranças” absorvidas e/ou contestadas pelo processo de cristianização do território, paralelo ao processo de autonomia política e à criação do Reino. Especial atenção, com base na leitura cruzada de fontes de natureza diversa, é dada à cidade – adaptação, fundação, desenvolvimento e vivência – enquanto pólo político-administrativo mas também cultural, base do que, a partir do século XVI será “exportado” para os territórios de Além-mar.

Metodologia de ensino:
Em ambiente de seminário, correspondente a quarto horas por semana, a presente disciplina alicerça-se no contacto direto com fontes de natureza diversa (escritas, iconográficas, cartografia histórica, levantamentos cadastrais, a cidade atual), promovendo o conhecimento crítico da génese e evolução da materialidade urbana.

Metodologia de avaliação:
O trabalho dos estudantes será avaliado através da participação oral e de um trabalho de síntese final (50% cada).

Bibliografia essencial:
– ANDRADE, Amélia Aguiar, A construção medieval do território. Lisboa: Livros Horizonte, 2001
– BEIRANTE, Maria Ângela, O ar da cidade. Ensaios de História Medieval e Moderna. Lisboa: Colibri, 2008
– FABIÃO, Carlos, “A romanização do atual território português”. In MATTOSO, José (dir.) – História de Portugal, vol. I. Lisboa: Círculo de Leitores, 1992
– GONÇALVES, Iria, Um Olhar sobre a Cidade Medieval. Cascais: Patrimonia, 1996
– NAVARRO PALAZÓN, Julio; JIMÉNEZ CASTILLO, Pedro, Las ciudades de Alandalús. Nuevas perspectivas. Zaragoza: IEI, 2007
– ROSSA, Walter, A urbe e o traço. Uma década de estudos sobre o urbanismo português. Coimbra: Almedina, 2002
– TRINDADE, Luísa, Urbanismo na composição de Portugal. Coimbra: IUC, 2013
– TRINDADE, Luísa, “História do Urbanismo: investigação, fontes e instrumentos”. ANDRADE, Amélia Aguiar et al (eds.) – Espaços e poderes nas cidades da Europa Medieval. Instituto de Estudos Medievais / Câmara Municipal de Castelo de Vide, 2018, p. 39-77

Desconstrução da Cidade Portuguesa: Urbanização e Conceito
Walter Rossa
Investigação em Arquitetura e Urbanismo [AU] 10 ECTS

Descrição:
Nas últimas décadas “cidade portuguesa” desenvolveu-se como um conceito disciplinar que, mais do que determinar a existência de uma urbanística (teoria) e urbanismo (praxis) específicos da cultura portuguesa, visa definir a conjugação de uma territorialidade, espacialidade e vivência com matrizes e características claramente identificáveis e únicas. Confrontando a realidade/ urbanismo e a sua construção/ urbanização com a própria construção historiográfica e disciplinar do conceito, nesta unidade curricular provocaremos a sua desconstrução em colectivo com vista à sua reconstrução por cada um. Urbanização e conceito que servem de bandeira aos dois segmentos do programa.

Conteúdos:
– conceitos operativos dos pioneiros ao Universo Urbanístico Português
– antecedentes e agentes de um escol português de arquitetura, urbanismo e engenharia militar
– Lisboas 1: a caput Mundi cosmopolita como laboratório de processos e outros casos clássicos da dita modernidade quinhentista: de Mazagão… a Mazagão
– Lisboas 2: a nova Roma e outros desenvolvimentos iluministas como símbolos e corolário do modo português do 1º Império
– continuidades e novas modernidades no 2º Império e a dimensão informal na contemporaneidade.

Metodologias de ensino e avaliação:
A compreensão do universo urbanístico português nas suas formas e vivências no período que antecedeu a Expansão, tendo em conta justamente o dinamismo intercultural decorrente dos inúmeros processos de invasão, colonização e mestiçagem, é conseguida através de uma reflexão crítica sobre a Hispânia Romana, visigótica e islâmica, vertida num “labirinto de heranças” absorvidas e/ou contestadas pelo processo de cristianização do território, paralelo ao processo de autonomia política e à criação do Reino. Especial atenção, com base na leitura cruzada de fontes de natureza diversa, é dada à cidade – adaptação, fundação, desenvolvimento e vivência –  enquanto pólo político-administrativo mas também cultural, base do que, a partir do século XVI será “exportado” para os territórios de Além-mar. Em ambiente de seminário, correspondente a quarto horas por semana, a presente disciplina alicerça-se no contacto direto com fontes de natureza diversa (escritas, iconográficas, cartografia histórica, levantamentos cadastrais, a cidade atual), promovendo o conhecimento crítico da génese e evolução da materialidade urbana. O trabalho dos estudantes será avaliado através da participação oral e de um trabalho de síntese final (50% cada).

Bibliografia essencial:
– ANDRADE, Amélia Aguiar, A construção medieval do território, Lisboa, Livros Horizonte, 2001
– ANDRADE, Amélia Aguiar, Horizontes urbanos medievais, Lisboa, Horizonte, 2003
– BEIRANTE, Maria Ângela, O ar da cidade. Ensaios de História Medieval e Moderna, Lisboa, Colibri, 2008
– GONÇALVES, Iria, Um Olhar sobre a Cidade Medieval, Cascais, Patrimonia, 1996
– ROSSA, Walter, A urbe e o traço. Uma década de estudos sobre urbanismo português, Coimbra, Almedina, 2002.
– ROSSA, Walter; TRINDADE, Luísa, “Questões e antecedentes da cidade portuguesa: o conhecimento sobre o urbanismo medieval e a sua expressão morfológica”, MurphyRevista de História e Teoria da Arquitectura e do Urbanismo, Coimbra, Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e tecnologia da Universidade de Coimbra, 2005
– TRINDADE, Luísa, Urbanismo na composição de Portugal, dissertação de doutoramento apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2009

O Tema Controverso do Colonialismo Português
Rochelle Pinto
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
Os alunos deverão estar familiarizados com os debates teóricos que questionam a concepção cartesiana do sujeito, especificamente com a sua história no campo dos estudos pós-coloniais, literários e históricos. Deverão compreender a relevância dessa linha de pesquisa particular para qualquer estudo do colonialismo português e para a análise de qualquer texto produzido nesse âmbito. Deverão ser capazes de aplicar as técnicas analíticas aprendidas durante os seminários, permitindo-lhes interpretar textos com todas essas questões em mente.

Conteúdos:
Este seminário apresentará aos alunos as teorias do poder colonial, com o objetivo de avaliar a sua aplicabilidade às formas de domínio colonial português e sua capacidade de abordar a formação do tema colonial. Leituras específicas demonstrarão as tradições jurídicas e narrativas entrelaçadas que produziram o tema colonial. O desafio para os estudantes é encontrar abordagens analíticas que possam abordar ambas as teorias binárias da diferença racial, assim como as desculpas pelo luso-tropicalismo. Embora os argumentos a favor da natureza desagregada do poder ofereçam uma melhor e detalhada compreensão dos diferentes períodos de domínio colonial, correrão também o risco de negar a presença do poder coercitivo? Os alunos irão analisar textos de diversos géneros e produzidos em variados contextos de domínio colonial, abordando, assim, diferentes questões do método histórico.

Metodologias de ensino e avaliação:
– Distribuição de leituras;
– Distribuição de textos digitalizados de diferentes séculos e locais do colonialismo português;
– Sessões de Seminário, com apresentações por parte dos estudantes.

Bibliografia essencial:
– CARVALHO, B. “Writing Race in Two Americas: Blackness, Science, and Circulation of Knowledge in the Eighteenth-Century Luso-Brazilian World and the United States”, The Eighteenth Century, vol. 57, 303-24
– SPIVAK, G. C., “Race before Racism: The Disappearance of the American,” Boundary 2 25, no. 2, Edward W. Said, 1998
– Excerpts from Foreign and Political Records of the British Government, National Archives of India, New Delhi, 1845–52, 1895
– MAGALHÃES, M. J. “Pequenos Reis e Grandes Honras Culto, Poder e Estatuto na Índia Ocidental” (Escola de Ciências Sociais e Humanas, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, 2012)
– ROQUE, R., “A voz dos bandos: colectivos de justiça e ritos da palavra portuguesa em Timor-Leste colonial (séculos XIX-XX),” in O governo dos outros: poder e diferença no império português. Lisboa: ICS, 2016, 235–63.BENTON, L., “Possessing Empire: Iberian Claims and Interpolity Law,” in Native Claims: Indigenous Law against Empire, 1500-1920. Oxford University Press

Da América Portuguesa ao Brasil: Território(s) e Identidade(s)
Renata Malcher de Araujo
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
O Brasil é o mais vasto território autónomo oriundo do processo de expansão portuguesa. A manutenção e consolidação da unidade territorial foi basilar para a afirmação da nação independente. Analisando o processo de construção territorial do Brasil e as imagens que dele se produziu, quer em mapas, quer em textos, a intenção do seminário é questionar o vasto conjunto de alteridades relativas que, nas diferentes conjunturas históricas, se conjugaram para a noção do todo e para os processos identitários.

Conteúdos:
Parte I:
– O espaço imaginado: o novo discurso dos mapas;
– Território e história: descrição, narrativa e reflexão;
– Mapa e identidade: a imagem do Brasil.
Parte II:
– Configurações e designações: o léxico da construção do território;
– Dentro e fora da pátria: palavras e papeis;
– A(s) dialética(s) das identidades: Tupi or not tupi.

Metodologias de ensino e avaliação:
A unidade curricular estruturar-se-á sobre 15 sessões de trabalho de quatro horas cada. As primeiras sete sessões correspondem à primeira parte do programa e as seis seguintes à segunda parte. As duas última sessões são para a apresentação dos trabalhos finais dos alunos. Para todas as sessões haverá um conjunto de mapas e/ou textos a serem discutidos em seminário. As apresentações feitas em cada sessão são elementos da avaliação dos alunos, assim como trabalho final.

Bibliografia essencial:
– CASTRO, E., “O mármore e a murta: sobre a inconstância da alma selvagem”, in E. V. Castro, A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2002
– CORTESÃO, J. (1957), História do Brasil nos Velhos Mapas, 2 vols. Lisboa: INCM, 2009
– JANCSÓ, I. (org.), Brasil: a formação do Estado e da Nação. São Paulo: Ed. Huicitec, 2003
– MAGALHÃES, J., “As descrições geográficas, a história e a identidade do Brasil: século XVI-XVIII”, in Labirintos Brasileiros. São Paulo: Alameda, 2011
– MAGNOLI, D., O Corpo da Pátria: imaginação geográfica e política externa no Brasil. São Paulo: Unesp-Moderna, 1997
– MELLO, E., Um Imenso Portugal: História e Historiografia. São Paulo: Ed. 34, 2002
-MORAES, A., Território e História no Brasil. São Paulo: Annablume, 2005
– MOTA, C. (org), A Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Ed. Senac, 2000
– PEIXOTO, R., A Máscara da Medusa: a construção do espaço nacional brasileiro através da corografia e da cartografia.

O Trilho dos Objetos: Redes Artísticas no Atlântico Sul no Período Colonial
Maria José Goulão
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
Estudar as questões relativas à transmissão das formas artísticas da Europa para os territórios ibero-americanos (e vice-versa), e dentro do espaço colonial ibero-americano, bem como a reflectir sobre as metodologias, conceitos e problemas desta área de estudo relacionada com as trocas culturais, partindo do estudo de caso das relações entre a América hispânica e a América portuguesa no Atlântico Sul, no contexto de uma economia-mundo em desenvolvimento.
As relações artísticas entre as duas potências dominantes na América do Sul assumiram formas clandestinas e camufladas, que serão objeto de estudo e reflexão, atendendo à mobilidade dos homens (a imigração clandestina, a deserção) e à circulação dos objetos (o contrabando, que substitui com vantagem a importação legal).
Os estudantes serão levados a desenvolver as suas competências em análise e síntese, investigação, raciocínio crítico, comunicação oral e escrita, gestão da informação e aprendizagem autónoma.

Conteúdos:
– OS DISCURSOS: Os estudos ibero-americanos, as trocas culturais e as redes artísticas: novas perspetivas do pensamento historiográfico. Conceitos, problemas e métodos. Contributos mais significativos.
– OS ESPAÇOS: A América hispânica e a América portuguesa. Geo-política, conflitos, interpenetração, centros e periferias
– AS PESSOAS: Uma mundialização avant la lettre na América do Sul? Rotas comerciais, contrabando, imigração clandestina, judaizantes, cristãos-novos e Inquisição, inserção dos artífices luso-brasileiros na sociedade local.
– AS FORMAS: Os objetos artísticos: alguns casos de estudo.

Metodologias de ensino e avaliação:
O programa está estruturado de forma a permitir, a partir do caso de estudo das relações artísticas entre as duas potências ibéricas no Atlântico Sul, uma familiarização com as teorias e a linguagem dos estudos visuais e das trocas culturais, particularmente no que concerne a globalização, mundialização, imperialismo cultural, diversidade cultural, dispersão, viagem, fronteira, diáspora, etnicidade, integração e complementaridade, interculturalidade, transculturalidade e regimes visuais de colonização.
A disciplina funcionará em regime de aulas teórico-práticas e de seminário.
As principais metodologias de ensino incluirão o estudo e a discussão da bibliografia de índole teórica, bem como de documentos e imagens, sessões de apresentação dos temas pela docente e a apresentação e discussão de relatórios e trabalhos dos estudantes.

Bibliografia essencial:
– Vv., Art History in the Wake of the Global Turn. New Haven & London: Yale University Press, 2014
– BARKER, E. (ed.), Art, commerce and colonialism 1600–1800. Manchester: Manchester U. Press, 2017
– BRAUN, H. E. (ed.): Theorising the Ibero-American Atlantic, Leiden & Boston, MA: Brill Academic Pub., 2013
– ELKINS, J., Is Art History Global? London & New York: Routledge, 2007
– GRUZINSKI, S., Las Cuatro Partes del Mundo… México: Fondo de Cultura Económica, 2010
– HARRIS, J., Art History: The Key Concepts, London & New York: Routledge, 2006
– KAUFMANN, T. D. (ed.), Time and Place… Aldershot & Burlington: Ashgate Publishing, 2005
– KRÜGGELER, T. (ed.), Muchas hispanoaméricas…Madrid: Iberoamericana, 2001
– MIRZOEFF, N. (ed.), The Visual Culture Reader, 3rd ed. London & New York: Routledge, 2012.
– NEWALL, D. (ed.), Art and its Global Histories: A Reader. Manchester: Manchester U. Press, 2017
– ZIJLMANS, K. (ed.), World Art Studies… s.l.: Valiz, 2008

Seminário de Atividades de Investigação I (AU)
Walter Rossa
Investigação em Arquitetura e Urbanismo [AU] 10 ECTS

Descrição:
Esta unidade curricular será realizada através do reconhecimento de um conjunto de atividades de investigação previsto no regulamento do curso, designadamente no seu Anexo Único, sendo a classificação final será expressa papenas por “Aprovado” ou “Reprovado”.

Seminário de Atividades de Investigação II (AU)
Renata Malcher de Araujo
Investigação em Arquitetura e Urbanismo [AU] 10 ECTS

Descrição:
Esta unidade curricular será realizada através do reconhecimento de um conjunto de atividades de investigação previsto no regulamento do curso, designadamente no seu Anexo Único, sendo a classificação final será expressa papenas por “Aprovado” ou “Reprovado”.

Seminário de Atividades de Investigação III (AU)
Walter Rossa
Investigação em Arquitetura e Urbanismo [AU] 10 ECTS

Descrição:
Esta unidade curricular será realizada através do reconhecimento de um conjunto de atividades de investigação previsto no regulamento do curso, designadamente no seu Anexo Único, sendo a classificação final será expressa papenas por “Aprovado” ou “Reprovado”.

Seminário de Atividades de Investigação I (EC)
Miguel Bandeira Jerónimo
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
Esta unidade curricular será realizada através do reconhecimento de um conjunto de atividades de investigação previsto no regulamento do curso, designadamente no seu Anexo Único, sendo a classificação final será expressa papenas por “Aprovado” ou “Reprovado”.

Seminário de Atividades de Investigação II (EC)
José Pedro Monteiro e Hugo Gonçalves Dores
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
Esta unidade curricular será realizada através do reconhecimento de um conjunto de atividades de investigação previsto no regulamento do curso, designadamente no seu Anexo Único, sendo a classificação final será expressa papenas por “Aprovado” ou “Reprovado”.

Seminário de Atividades de Investigação III (EC)
Miguel Bandeira Jerónimo
Investigação em Estudos Culturais [EC] 10 ECTS

Descrição:
Esta unidade curricular será realizada através do reconhecimento de um conjunto de atividades de investigação previsto no regulamento do curso, designadamente no seu Anexo Único, sendo a classificação final será expressa papenas por “Aprovado” ou “Reprovado”.